S.O.S para meus tímpanos!



O fato de estar há mais de um mês sem postar absolutamente uma letra, sequer, deve-se a um fato nada agradável: tomo café da manhã e termino o meu expediente ao som ensurdecedor (e enlouquecedor) de uma persistente britadeira. Isso mesmo, a malvada começa a britar por volta das 8h30 da manhã e, na maioria dos dias, só pára às 17 horas. Enquanto tento - com muita insistência - escrever esse desabafo, a maldita máquina está lá fora sem pausa num barulho infernal... Essa tortura já se estende há pouco mais de um mês e ninguém sabe até quando o suplício continuará. Tudo fica quase impossível: pensar, escrever, trabalhar. E falar ao telefone, um exercício de loucura: "hein?; como?; você pode repetir, por favor?; oi??!; fala mais alto!".
Você deve estar se perguntando o que acontece. Explico: uma equipe de doutos operários, uns cinco ou seis (contando o mestre de obras); sim, existe um mestre de obras. Como eu ia dizendo, estes ilustres operários estão tentando consertar o muro de um prédio que fica quase em frente à minha residência. Só que para arrumar, estão derrubando e escavando o tal muro e, de forma inédita, com uma britadeira! A marreta, ferramenta antes usada com muita habilidade para essas finalidades, entra como uma mera coadjuvante, fazendo algumas participações especiais.
A fiscalização municipal foi acionada para fazer a verificação dos níveis de ruído e se, realmente, é permitido o uso desse tipo de máquina todos os dias e o dia inteiro. Mas como em nossa cidade, a maior parte dos órgãos públicos nos enchem de orgulho por sua tamanha eficiência, passadas três semanas não apareceu nenhum fiscal.
E continuamos aqui, moradores, de uma rua antes pacata – com direito a ouvir os cantos dos pássaros e os gritinhos das maritacas – agora na matraca constante da britadeira. E, acredite, os operários no meio de toda essa balburdia ainda conseguem ouvir rádio e cantarolar suas músicas numa boa.
É, viva-se com um barulho desse!

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