Vivenciar os opostos



Semanas atrás assisti a uma palestra que abordava os sucessos e fracassos vistos sob uma ótica diferente.

Entre as diversas coisas interessantes que ouvi, uma expressão me chamou a atenção: vivenciar os opostos.

Nesse contexto, vivenciar os opostos significa conseguir entender melhor a própria condição, dar valor à vida e ao que acontece a cada dia, a cada segundo...

Ver com outros olhos os momentos dolorosos e saber que precisamos (de alguma forma) de tais circunstâncias para podermos apreciar os momentos de alegria. Repousar na doença para dar valor à saúde. Aproveitar a solidão para se fazer companhia e se conhecer melhor. Na falta de dinheiro, aprender a valorizar o que realmente importa.

Tudo em nossa vida opera com os opostos: dever e prazer; dia e noite; trabalho e descanso; amor e ódio; alegria e dor; felicidade e tristeza; o belo e o feio. Enfim, dualidades mil que nos rodeiam e que fazem parte de nós mesmos e de nossas vidas.

E é a nossa natureza – eternamente insatisfeita – que faz com que a convivência com tais opostos seja pouco (ou nada) pacífica. Dificilmente conseguimos o tão sonhado caminho do meio; aquele que equaliza, equilibra os opostos de forma que consigamos perceber cada nuance dos momentos e situações, sejam bons ou ruins, positivos ou negativos.

Já reparou que se trabalhamos demais temos (supostamente) dinheiro, mas nos falta tempo para curtir o que gostamos; se temos tempo (supostamente) há pouco dinheiro para aproveitarmos. Quanto à temperatura sempre está calor demais, frio demais, chovendo muito...As pessoas que amamos muitas vezes não alcançam as nossas expectativas.

Insatisfação versus equilíbrio, equação complicada, um desafio e tanto. Mas fica a reflexão (e estou refletindo a respeito) de como pode ser interessante essa experiência de estarmos abertos, flexíveis, prontos para o que vier e conseguir transmutar todas as situações a nosso a favor, exercitando, sempre, a vivência dos opostos.

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