A despedida




O adeus custa a chegar...
Dias, semanas, meses passam
O nada comanda o arrastar de horas
Que se sucedem pessimistas e vazias
Confusas e angustiantes
Por vezes, vencidos pelo cansaço
Da longa espera por mudanças
Que não vem...
Fechar os olhos, acordar
Sol nasce e se põe
Sem a certeza dos tempos melhores
De mudar...
De rumo, de espaço, de ar, de vida!
Os ponteiros correm,
Não há como segurar
Sempre vorazes teimam
Ser mais rápidos do que os fatos
Que ficam para trás
Na espera, por vezes cega,
Nunca vã
E apesar da intensa teimosia
Do presente
Ele não nega ao futuro
Breve e bom 
O adeus para recomeçar
E começar...
O melhor do por vir 
Real e concreto
Ser luz, paz
Ter:
Simplesmente uma vida!


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