Nossa ciranda


Ainda que tantas vezes a vida seja como uma ciranda, onde giramos, giramos e voltamos para o mesmo ponto, esse lugar já não será igual a aquele de início, tão pouco nós seremos os mesmos. Nos 360 graus desse percurso, encontramos situações e pessoas que giram conosco, ou contra nós, e outros tantos que estão em cirandas paralelas, que se complementam, são indiferentes ou se afetam.
A cada passo desse giro, o tempo atua e transforma tudo e todos, a todo tempo, mesmo que seja para permanecer igual; é a mudança para reafirmar a não mudança.
Persistir no que se é e sempre foi, sem alterar nada, apesar de acontecimentos e pessoas e lugares e o próprio tempo passarem por alterações. Há quem viva tudo isso e não queira mudar nada. A aparência de que nada muda é exatamente a afirmação de não mudar...

A ciranda, muitas vezes, é também uma forma de nos reter, segurar um pouco (ou muito) a nossa jornada para que nos seus giros possamos nos preparar e nos fortalecer para prosseguir o caminho que escolhemos ou devemos seguir.
O nosso tempo nem sempre é o tempo das coisas. Cabe a nós aprendermos e nos deixarmos girar nessa roda-destino, ou sermos arrastados por ela. Também nos cabe compreender os giros dessa louca ciranda e viver tudo o que nos reserva de bom, insano, alegre ou mal.
Sofrer, sorrir, sonhar e girar...
Compreender e girar...
Deixar se levar nessa ciranda, o tempo que for: o tempo das coisas.
Para assim estarmos finalmente prontos, prontos para escolher a afirmação de não mudar, ou seguirmos em frente, rumo à nossa jornada, certos de que essa ciranda e seus sucessivos giros nos tornaram pessoas diferentes e, oxalá, melhores.


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