Construir, desconstruir, reconstruir...
Crescemos ouvindo e sendo instruídos a respeito de muitos modelos
e convenções aos quais devemos seguir e repetir. Nem sempre e nem todos se
questionam quais ou quantos destes padrões verdadeiramente servem, fazem parte
do que realmente se é e do que alimenta a alma. A maioria simplesmente aceita a
sua sina e segue pela vida; algumas pessoas até se encontram dentro desses
modelos pré-estabelecidos, mas uma grande parte passa seus dias envolta em um
eterno desconforto o qual não é capaz de identificar a sua origem. Para tentar
aplacar tal desconforto, afunda-se ainda mais nessas convenções ‘gritando ao
mundo’, exteriorizando o seu estilo de vida baseado em meras aparências, por
meio de ostentações fugazes, posts em redes sociais de viagens vazias, momentos
de aparente felicidade familiar, o status de um trabalho bem sucedido... enfim,
tudo aquilo que aos olhos dos outros seria uma vida perfeita.
Porém, quando olhamos estas pessoas além desse muro de belas
aparências vemos a realidade de existências insípidas, egoísmos infinitos,
discursos diversos de seus pequenos atos e muitas vezes flagramos nelas uma
inveja imensa de pessoas que tem uma vida oposta a tudo aquilo que vivem,
defendem e (será?!) acreditam.
Correm seus dias dentro de uma pseudo-perfeição para o mundo
apreciar; porém, sonhando em fazer algo que pulse suas existências ao menos por
breves instantes... Contudo, a maioria não possui a força suficiente para
romper esses padrões, para sair de suas zonas de conforto e ouvir o clamor de
suas almas. Sendo assim, permanecem ali, inertes, em suas vidas plástico-perfeitas,
sem correr riscos – ainda que mortos por dentro – mas vitoriosos por fora, às
vistas daqueles que não os enxergam de verdade. Aliás, muitas dessas pessoas se
contentam em manter suas falsas vidas maravilhosas e em agredir aqueles que são,
pensam e agem diferente deles, com ataques virtuais ou mesmo presenciais de
forma ardilosa, jamais de peito aberto, pois a covardia permeia todo o seu ser.
Agem como se o único modo de viver correto é aquele que adotou, se sentem como
os “fiscais de Deus”, se achando no direito de julgar a todos a partir de suas
estreitas visões de mundo e equivocadas convicções.
Poucos têm a bravura de quebrar tais padrões estabelecidos e
ir ao encontro daquilo que realmente os fazem felizes, pois é preciso coragem,
atrevimento e, sobretudo, não dar importância aos julgamentos alheios
(justamente daqueles que gostariam de fazer o mesmo, mas não são capazes...).
Muitas vezes para operar grandes mudanças é preciso pagar o alto preço de deixar
para trás tudo o que se construiu; destruir preconceitos, crenças, modelos e
“verdades universais” para que se possa, enfim, reconstruir uma vida nova, que
valia a pena – não para a aprovação dos outros – mas sim à sua verdadeira
essência e felicidade. Tal atitude provavelmente não renderá muitos likes, mas certamente trará liberdade e
paz de espírito. Bem aventurados os que têm essa audácia e fazem!
Escravos que nem se o sabem, eis-nos avos da por grana engrenagem.
ResponderExcluirGK