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Mostrando postagens de outubro, 2013

O que mora em mim

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Mora em mim uma criança Menina sapeca, Ingênua, travessa, Moleca de tranças Rodopia na vida Tomba e levanta Reaprende a andar, A correr e saltar Mora em mim uma criança Àquela que brinca, Bambeia na corda, Roda e dança Ri largo e espontâneo, Chora e bate o pé Sabe o que foi o futuro Vê o passado o que é O que mora em mim é uma criança Abro as portas pra ela sair Se manifestar Solta, me possuir Deixar de lado As asperezas cotidianas Fluir a leveza mágica Jogar o jogo, rolar os dados Tratamento estético natural Essência do ser (e ser) Feliz por tudo e qualquer coisa Alegria de ser um ser original Ânima, combustível da vida Me refaz; ligação divina Da eterna alma Que o tempo leva e traz O que mora em mim é uma criança Que vem e vai Leve, me leva e sigo Comigo nessa ciranda!

Negras Lágrimas

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No dia 22 de setembro comemorou-se o dia do Rio Tietê. Eu disse mesmo comemorou-se?! Mas o que realmente temos para comemorar? Quando pequena ouvia meu avô dizer que havia pescado no rio Tietê. Eu, uma menina com seus quatro ou cinco anos, perguntava espantada a ele como podia pescar ali se o rio era muito sujo, não tinha peixes... Sorrindo vô Nino me contava que nem sempre foi assim, que as pessoas nadavam, pescavam e se divertiam muito ali. “Por isso, têm os clubes Tietê e Espéria pertinho do rio, tinha competição de remo e natação!”, dizia entusiasmado o pai de meu pai, com seus olhos azuis cor de céu que brilhavam com aquelas recordações. E eu ouvia essas histórias num misto de desconfiança (podia ser uma espécie de conto para crianças como tantos que eu escutava) e de saudades por algo que não vi e não vivi. Passado muito tempo, as histórias do meu avô, e de outras pessoas que tiveram o privilégio de ver limpas as águas desse rio, estão cada vez mais e mais distantes. Seu Ni