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Já Passou!

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Sentiu o calor do sol e abriu os olhos. Afastou as cortinas. viu as pessoas passando pela rua calmamente; Já não estava mais só. Mudou de roupa, se olhou no espelho e viu um ser humano melhor de alma e coração; Ao mesmo tempo que se via, através de si conseguia enxergar a humanidade, que deixara para trás tudo o que não mais importa: aparências, posses, ambições desmedidas.   Afinal, agora se sabe o quanto a vida é frágil e o tempo escasso. Abre a porta, deixa entrar luz, ar, esperanças e sai... Céu, mares e rios renovados. A natureza se regenera e sobrevive sem nós, mas o contrário, não! Lá adiante, o abraço a espera, o sorriso a encontra.   Já não está mais só.  Sente a vida pulsar e convidá-la para uma nova dança; felicidade ressurge, assume novos contornos e cores. Suspira profundamente e pensa aliviada: “Finalmente passou!”.

Tire as máscaras, use máscara!

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Vivemos momentos difíceis em todo o Planeta, sem dúvida. De repente, iniciamos uma guerra silenciosa contra algo que não vemos e que mal conhecemos, mas que tem um poder devastador. Em meio a uma avalanche de incertezas das mais variadas ordens, sobretudo em um país no qual as questões sanitárias são preocupantes desde sempre, uma economia capenga e saúde pública relegada ao último plano, somadas à insanidade e ao desprezo absoluto pela vida que dominam o poder central no Brasil, é extremamente difícil em âmbito coletivo manter o equilíbrio e a esperança. Mas não vou me estender aqui nas questões exaustivas e mesmices políticas, não vou engrossar o coro que dá audiência para o mal... Rezo e espero que a justiça, o bom senso e o bem vençam. Quero falar de coisas que venho observando, no mínimo, curiosas e que são responsáveis pelo enfrentamento melhor, ou pior, desse período inédito que estamos passando. Leio avalanches de matérias, textos, posts, vídeos, comentários,

Versos

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Solte o verbo Os versos A palavra Dê sentido,  Sentimento,  Sensações...  Exponha  Se exponha  Exprima, explique Provoque  Atice Rebusque Seja concreto  Parnasiano Moderno Despretensioso Demasiado ou Diminuto  Acanhado  Amoroso e Até atrevido  Vale é fazer os Versos voarem Vibrarem, viverem Sempre, sem medo Só a palavra, a arte nos salva!

Construir, desconstruir, reconstruir...

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Crescemos ouvindo e sendo instruídos a respeito de muitos modelos e convenções aos quais devemos seguir e repetir. Nem sempre e nem todos se questionam quais ou quantos destes padrões verdadeiramente servem, fazem parte do que realmente se é e do que alimenta a alma. A maioria simplesmente aceita a sua sina e segue pela vida; algumas pessoas até se encontram dentro desses modelos pré-estabelecidos, mas uma grande parte passa seus dias envolta em um eterno desconforto o qual não é capaz de identificar a sua origem. Para tentar aplacar tal desconforto, afunda-se ainda mais nessas convenções ‘gritando ao mundo’, exteriorizando o seu estilo de vida baseado em meras aparências, por meio de ostentações fugazes, posts em redes sociais de viagens vazias, momentos de aparente felicidade familiar, o status de um trabalho bem sucedido... enfim, tudo aquilo que aos olhos dos outros seria uma vida perfeita. Porém, quando olhamos estas pessoas além desse muro de belas aparências vemos a

Menos letras, mas muitas impressões

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É verdade que há um tempão não escrevo nada, não alimento o meu blog que nesse mês completa 9 anos. O título dessa primeira crônica do ano é justamente uma espécie de mea culpa pelo longo período ausente. Digo que não foi por falta de vontade e muito menos de assunto, mas por estar 100% do meu tempo imersa num projeto gigantesco de vida que me tomou por inteira, literalmente de corpo, alma e coração. Felizmente, essa etapa foi cumprida e tudo deu certo graças a muito empenho, planejamento, perseverança, força de vontade e, sempre mais do que tudo, graças às bênçãos Divina! Claro que no meio de todo esse processo consegui realizar outro grande feito, algo que estava para nascer há 10 anos: meu primeiro livro de ficção,  Lagoa dos Justos e outros contos . Finalmente consegui por adiante essas histórias criadas entre os anos de 1999 e 2007 e que mereciam seguir seus caminhos; tenho consciência de que algumas delas hoje são para mim um pouco ingênuas, mas devo respeitá-las, pois q

Tomo emprestado os versos de Benedetti!

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Eu sei que há algum tempo não escrevo, confesso que estou em uma fase de muitas coisas por vir e isso é muito bom, pois trata-se de boas (maravilhosas) novas! O outro lado da moeda é que não sobra tempo e mente para atualizar o blog... Por isso, empresto estes lindos verso do poeta uruguaio Mario Benedetti que li há pouco tempo em um site. Achei o poema belíssimo e muito pertinente para essa fase que estou vivendo. Sem mais delongas, vamos aos versos de Benedetti. Não te rendas Não te rendas, ainda estás a tempo de alcançar e começar de novo, aceitar as tuas sombras enterrar os teus medos, largar o lastro, retomar o voo. Não te rendas que a vida é isso, continuar a viagem, perseguir os teus sonhos, destravar os tempos, arrumar os escombros, e destapar o céu. Não te rendas, por favor, não cedas, ainda que o frio queime, ainda que o medo morda, ainda que o sol se esconda, e se cale o vento: ainda há fogo na tua alma ainda exist

Morre a mata

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Queima a mata Que você mata E finge que não vê Cinzas cobrem O verde virou cinza... Mentiras matam a mata Ganância mata a mata Ignorância mata a mata Fingir que nada acontece sufoca Falta o ar que não se respira  Fechar os olhos à realidade  E ser cúmplice  De uma morte contínua: Fauna, flora, você!  Queima a mata Que você mata  E o mundo vê Cinzas que encobrem Crime que segue impune Até todo verde virar cinza  Só nos restar cinzas Sem sopro de vento Alguns ainda querem  Tudo pra longe levar Jogar as cinzas pra  Baixo do tapete  Assistir de camarote A floresta inteira incendiar

Vamos “Caetanear”!

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Sexta-feira, mais de 10 da noite... Depois de uma conversa instrutiva sobre Machiavelli, suas obras (não só no campo da literatura, mas também das ciências) e a distorção de “O Príncipe”, que nunca li por um enorme preconceito (confesso!), justamente por ser o livro de cabeceira de muitos péssimos políticos que usaram a referida obra para ajustá-la às suas conveniências. Um calor insuportável. Vou mastigando um sanduíche de pressuito crudo e formaggio emmental e saboreando uma taça de vinho ao som das pessoas que saem da missa na catedral vizinha. Tantos pensamentos... estar aqui, Machiavelli que não era ‘maquiavélico’, mas sim o que fizeram com sua obra! O calor que só aumenta; afinal, o verão está chegando... E ao fundo uma rádio na internet que só toca MPB. Mais uma mordida no sanduíche, mais um gole de vinho... as mensagens sessam e, por isso, pude prestar atenção na música que tocava naquele momento, ouvia a voz de Caetano; coisa boa! Todos os dias ouço a minha dose d

Soberano

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Tempo tento, há tempos, tanto te entender, te decifrar, te traduzir ... Mestre Que nos ensina que Muitas vezes um estranho Pode nos estender a mão E aqueles que amamos por uma vida podem nos fechar as portas... Mistério Se reinventa, corre, não volta, não nos dá tempo, é relativo e absoluto! Milagre Refaz a vida, regenera, recompõe, recompensa ou degrada Segredo Por vezes oculta verdades, faces, acontecimentos... Retendo para si e revelando-os na sua hora Sonho Envolto em memórias, projetos, desejos, pensamentos Sobereno Decreta o começo, o meio, o fim de tudo Traz sabedoria para alguns, mágoas para outros Rugas e dores aos que nada aprendem Marcas de experiências para os que o desfrutaram Mestre, misterioso, milagre de sonhos, senhor e soberano sobre nós...  Quase indescritível, indecifrável Tempo é o senhor tempo das coisas, do tempo da vida E que tantas vezes não é o nosso próprio

Mês das Mulheres: reflexão

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O dia 8 de março é para lembrarmos que as mulheres merecem dignidade e respeito todos os dias.  Segue um texto brilhante sobre a obra de Simone de Beauvoir, extraído do site Pensar Contemporâneo* Tornando-se uma mulher: Simone de Beauvoir sobre a personificação feminina Geralmente para os existencialistas, não se nasce nada: tudo o que somos é o resultado de nossas escolhas, à medida que nos construímos a partir de nossos próprios recursos e daqueles que a sociedade nos proporciona. Nós não criamos apenas nossos próprios valores, nós mesmos criamos. Simone de Beauvoir, apesar de declarada existencialista ao longo da vida, postula limites a essa ideia existencialista central de auto criação e autodefinição, qualificando a liberdade absoluta proposta por Jean-Paul Sartre em O Ser e o Nada . Por outro lado, Beauvoir apresenta um quadro ambíguo da liberdade humana, em que as mulheres lutam contra as aparentes desvantagens do corpo feminino. Em O Segundo Sexo, seu trabalho mais

Nossa ciranda

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Ainda que tantas vezes a vida seja como uma ciranda, onde giramos, giramos e voltamos para o mesmo ponto, esse lugar já não será igual a aquele de início, tão pouco nós seremos os mesmos. Nos 360 graus desse percurso, encontramos situações e pessoas que giram conosco, ou contra nós, e outros tantos que estão em cirandas paralelas, que se complementam, são indiferentes ou se afetam. A cada passo desse giro, o tempo atua e transforma tudo e todos, a todo tempo, mesmo que seja para permanecer igual; é a mudança para reafirmar a não mudança. Persistir no que se é e sempre foi, sem alterar nada, apesar de acontecimentos e pessoas e lugares e o próprio tempo passarem por alterações. Há quem viva tudo isso e não queira mudar nada. A aparência de que nada muda é exatamente a afirmação de não mudar... A ciranda, muitas vezes, é também uma forma de nos reter, segurar um pouco (ou muito) a nossa jornada para que nos seus giros possamos nos preparar e nos fortalecer para prosseguir o cam