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A'uwẽ: utabi ĩtede'wa wi uburé ti'a *

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(Indígena: verdadeiro dono de toda terra)  Vivemos em um país cuja miscigenação é visível e inegável, ainda que muitos não queiram enxergar o óbvio, ou pior, queiram negar e apagar a história e a genética do povo brasileiro. O que, em tempos de Terra plana e todos os tipos obscuros de negação, nos faz crer que estamos dentro de um thriller bizarro que mistura episódios contínuos do “Além da Imaginação”, com o filme “Invasores de Corpos” e assim os absurdos vão se tornando lugares-comuns, coisas corriqueiras...  Dentro dessa amalgama que compõe o “ser brasileiro” (genética, histórica e culturalmente), temos a nossa matriz, o princípio de todos nós, os mais brasileiros dos brasileiros: os indígenas. Que dos tempos da exploração (ops, sorry!) digo, da colonização, foram mortos, escravizados, contaminados com vários tipos de doenças, tratados como seres “inferiores”, suas terras subtraídas e usurpadas. Hoje, desprezados e relegados a espaços cada vez menores, correndo o risco, principalmen

Força e Coragem

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  Podemos dizer que o 8 de março é um dia para se refletir sobre a condição das mulheres e tentar mudar os outros 364 dias e essa mudança começa por nós mesmas. Refletir, construir e sustentar o respeito próprio, para sermos quem quisermos, respeitarmos as nossas vontades, o nosso corpo e aparência, os nossos amores, as nossas opções. Esse respeito começa por cada uma de nós, em primeiro lugar. Não podemos e nem devemos dar aos outros o aval de nos dizer como devemos nos comportar, ou sermos; inclusive a outras mulheres, pois infelizmente, esse é o pior tipo de machismo, o machismo feminino, aquele de mulheres que reduzem a sua condição e a das demais e reafirmam que o lugar da mulher atrás de um grande homem, é cuidando da casa e dos filhos, é calada, sem voz, escondida dentro do lar. É claro que ser dona de casa é uma das muitas escolhas que uma mulher pode fazer, mas não a única. Se realmente queremos ser tratadas de forma diferente, precisamos também ter outra postura, não po

Flores e Ser

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  É engraçado como quando menos esperamos somos surpreendidos. Para mim, uma dessas incríveis surpresas chegou de modo singelo, porém de uma beleza modesta, despida de qualquer pretensão e, ao mesmo tempo, plena de vida e alegria. Certamente, para algumas pessoas o encantamento pode ter outros caminhos, nuances diferentes; e ainda para outras, só a concretude do que é material e possa se medir em valores monetários é o que conta. Num ano em que o perigo, a distância e a dificuldade reinaram, tivemos a oportunidade de reavaliar muitas coisas, prestar atenção em fatos simples, valorizar o tempo, os afetos, o olhar. Eu que sempre gostei do tempo do pensar, do ócio para refletir, observar, criar, tantas vezes fiquei exausta com o excesso, o freio de mão puxado, planos paralisados, a vida em suspenso... Mas ainda assim quando temos o nosso olhar livre e pronto para o simples e o belo, algo que pode parecer pequeno, até mínimo, consegue nos surpreender e nos encher de uma felicidade

Interessa?

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Tem algum tempo que não escrevo; não porque me falte assuntos, mas talvez a indignação que alguns deles me causam fez com que ficassem parados, entalados dentro de mim... Finalmente, algo saiu! Essa é a forma concisa, porém contundente de expelir um pouco dessa indignação. A quem interessa um país em chamas?! Estradas bloqueadas pela fumaça, cargas paradas, ar irrespirável Fauna, flora, aldeias, biodiversidade e vidas destruídas...   A quem interessa um país falido?! Milhares de desempregados, PIB inexistente, moeda desvalorizada Economia em recessão, preços abusivos...   A quem interessa um país de analfabetos funcionais?! Educação se resume a estatísticas nas instituições públicas e dinheiro em caixa nas privadas “Livros são coisas para elite”, o saber não tem valor...   A quem interessa um país desinformado?! Notícias manipuladas, vistas por um único lado Avalanches de fake News e falsas verdades absolutas invadem telas, olhos e mentes...   A quem int

25 de Julho: Dia do Escritor

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  Por que escrevo? Para poder respirar Minhas células funcionarem Meu sangue circular Meu coração bater Minha alma sorrir Para que as palavras me deem vida E para dar vida às palavras

Já Passou!

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Sentiu o calor do sol e abriu os olhos. Afastou as cortinas. viu as pessoas passando pela rua calmamente; Já não estava mais só. Mudou de roupa, se olhou no espelho e viu um ser humano melhor de alma e coração; Ao mesmo tempo que se via, através de si conseguia enxergar a humanidade, que deixara para trás tudo o que não mais importa: aparências, posses, ambições desmedidas.   Afinal, agora se sabe o quanto a vida é frágil e o tempo escasso. Abre a porta, deixa entrar luz, ar, esperanças e sai... Céu, mares e rios renovados. A natureza se regenera e sobrevive sem nós, mas o contrário, não! Lá adiante, o abraço a espera, o sorriso a encontra.   Já não está mais só.  Sente a vida pulsar e convidá-la para uma nova dança; felicidade ressurge, assume novos contornos e cores. Suspira profundamente e pensa aliviada: “Finalmente passou!”.

Tire as máscaras, use máscara!

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Vivemos momentos difíceis em todo o Planeta, sem dúvida. De repente, iniciamos uma guerra silenciosa contra algo que não vemos e que mal conhecemos, mas que tem um poder devastador. Em meio a uma avalanche de incertezas das mais variadas ordens, sobretudo em um país no qual as questões sanitárias são preocupantes desde sempre, uma economia capenga e saúde pública relegada ao último plano, somadas à insanidade e ao desprezo absoluto pela vida que dominam o poder central no Brasil, é extremamente difícil em âmbito coletivo manter o equilíbrio e a esperança. Mas não vou me estender aqui nas questões exaustivas e mesmices políticas, não vou engrossar o coro que dá audiência para o mal... Rezo e espero que a justiça, o bom senso e o bem vençam. Quero falar de coisas que venho observando, no mínimo, curiosas e que são responsáveis pelo enfrentamento melhor, ou pior, desse período inédito que estamos passando. Leio avalanches de matérias, textos, posts, vídeos, comentários,

Versos

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Solte o verbo Os versos A palavra Dê sentido,  Sentimento,  Sensações...  Exponha  Se exponha  Exprima, explique Provoque  Atice Rebusque Seja concreto  Parnasiano Moderno Despretensioso Demasiado ou Diminuto  Acanhado  Amoroso e Até atrevido  Vale é fazer os Versos voarem Vibrarem, viverem Sempre, sem medo Só a palavra, a arte nos salva!

Construir, desconstruir, reconstruir...

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Crescemos ouvindo e sendo instruídos a respeito de muitos modelos e convenções aos quais devemos seguir e repetir. Nem sempre e nem todos se questionam quais ou quantos destes padrões verdadeiramente servem, fazem parte do que realmente se é e do que alimenta a alma. A maioria simplesmente aceita a sua sina e segue pela vida; algumas pessoas até se encontram dentro desses modelos pré-estabelecidos, mas uma grande parte passa seus dias envolta em um eterno desconforto o qual não é capaz de identificar a sua origem. Para tentar aplacar tal desconforto, afunda-se ainda mais nessas convenções ‘gritando ao mundo’, exteriorizando o seu estilo de vida baseado em meras aparências, por meio de ostentações fugazes, posts em redes sociais de viagens vazias, momentos de aparente felicidade familiar, o status de um trabalho bem sucedido... enfim, tudo aquilo que aos olhos dos outros seria uma vida perfeita. Porém, quando olhamos estas pessoas além desse muro de belas aparências vemos a

Menos letras, mas muitas impressões

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É verdade que há um tempão não escrevo nada, não alimento o meu blog que nesse mês completa 9 anos. O título dessa primeira crônica do ano é justamente uma espécie de mea culpa pelo longo período ausente. Digo que não foi por falta de vontade e muito menos de assunto, mas por estar 100% do meu tempo imersa num projeto gigantesco de vida que me tomou por inteira, literalmente de corpo, alma e coração. Felizmente, essa etapa foi cumprida e tudo deu certo graças a muito empenho, planejamento, perseverança, força de vontade e, sempre mais do que tudo, graças às bênçãos Divina! Claro que no meio de todo esse processo consegui realizar outro grande feito, algo que estava para nascer há 10 anos: meu primeiro livro de ficção,  Lagoa dos Justos e outros contos . Finalmente consegui por adiante essas histórias criadas entre os anos de 1999 e 2007 e que mereciam seguir seus caminhos; tenho consciência de que algumas delas hoje são para mim um pouco ingênuas, mas devo respeitá-las, pois q

Tomo emprestado os versos de Benedetti!

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Eu sei que há algum tempo não escrevo, confesso que estou em uma fase de muitas coisas por vir e isso é muito bom, pois trata-se de boas (maravilhosas) novas! O outro lado da moeda é que não sobra tempo e mente para atualizar o blog... Por isso, empresto estes lindos verso do poeta uruguaio Mario Benedetti que li há pouco tempo em um site. Achei o poema belíssimo e muito pertinente para essa fase que estou vivendo. Sem mais delongas, vamos aos versos de Benedetti. Não te rendas Não te rendas, ainda estás a tempo de alcançar e começar de novo, aceitar as tuas sombras enterrar os teus medos, largar o lastro, retomar o voo. Não te rendas que a vida é isso, continuar a viagem, perseguir os teus sonhos, destravar os tempos, arrumar os escombros, e destapar o céu. Não te rendas, por favor, não cedas, ainda que o frio queime, ainda que o medo morda, ainda que o sol se esconda, e se cale o vento: ainda há fogo na tua alma ainda exist