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Lar

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Eu gosto muito da frase de uma canção da dupla  Sá e Guarabyra , a qual diz:  "meu lar é onde estão os meus sapatos" .  Para mim lar tem a ver com abrigo, acolhimento, é se sentir pertencente a um lugar, o lugar onde se é bem-vindo e onde se quer estar. Por trás do refrão aparentemente simples dessa música está uma filosofia de vida, um modo diverso de ver as coisas e aprender que o nosso lugar pode ser em qualquer parte onde desejamos ou precisamos estar, é onde vivemos hoje, mas pode não  ser  o mesmo amanhã e ainda assim ser o nosso lar, o nosso chão. É preciso ter sabedoria e leveza para seguir o fluxo da vida que te porta a rumos novos, sem o peso das posses e sem a frieza de não ter laços ou afetos. Simplesmente se permitir explorar possibilidades diversas, arriscar, fluir.... E deixar-se ir por caminhos felizes, encontros saudáveis, belas aventuras, pessoas especiais. É claro que não existe jornada perfeita, sem dúvidas, ou medos e isso faze parte do nosso amadurecime

Ser... Celebrar

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O vento sempre anuncia o tempo que passa: Escorre morno e lento, Vai e vem nos galhos das árvores, Nas pétalas das flores Corre no desespero de um vendaval Limpa lembranças tristes Porta alegrias vividas Restaura esperanças e certezas No ciclo contínuo do ir e vir Um ano se inicia, Não um ano qualquer: 50 é número redondo, Forte, consistente! Carrega consigo, ao mesmo tempo, Experiências vividas, E a leveza das oportunidades por vir Olhar para trás e poder ver Todos os percursos, Erros e acertos, Derrotas e vitórias, a maturidade, Tudo o que me moldou, Me construiu, me pôs em pé Enxergar um horizonte imenso Com possibilidades novas A serem exploradas, experimentadas Que alimentam a alma eterna Nessa jornada mágica e infinita chamada vida Sigo assim a ser e celebrar: Dias bons, outros, nem tanto... Somados no todo que me faz Com equilíbrio, sabedoria, força e saúde Que venham mais 50 Ou quantos forem... que sejam muitos, Bons e bem vividos E que valiam a força da existência!

Dos caminhos, descaminhos e recaminhos

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  Não escrevo nada há meses, é verdade, mas este título ronda os meus pensamentos faz um tempo. Confesso que não sabia por onde começar, mas com a chegada do final do ano e o famoso "balanço", esse tema começou a se desenhar. Esse foi mais um ano no qual tivemos que sorrir com os olhos, exercitar (por demais!) a paciência e a perseverança; Os abraços ainda raros, escassos... O mundo ainda demonstrando que, em muitas circunstâncias, os interesses de poucos prevalecem sobre as necessidades de muitos e, assim, não caminha a humanidade... Se pudesse definir esse ano em uma única palavra seria boomerang . Sim, um ano de avanços em alguns pontos, já, em e outros, o que parecia ir adiante, retornava; algumas situações se conseguia reverter, pegar o boomerang, outras, ele te acertava! Pessoalmente, digo que foi um ano de caminhos traçados, percorridos – em partes – em outras, fechados, trancados... Aparentemente, um sinal verde: Siga! Porém, mais à frente, Pare, recue! Via sem saída.
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Tempo que tudo permeia, Semeia Permite as flores, os frutos e os grãos Parte do começo, paradas, Recomeços, ciclos... Fim! Envelhece, amadurece, renasce Tempo continuo: Nós em outros tempos Espaços, corpos, vidas Reaprendendo, seguindo Colhendo sabedorias ou dores Tempo que escorre, Muda, lapida, empurra... O que não segue e estanca Tempo que nos cobre, Envolve Ações, fatos, mudanças Reparte do fim, períodos, Recomeços, pausas... Início! É o novo, de novo, dentro do tempo sem fim

Acaso

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  O acaso leva as folhas ao chão Envelhecidas pelo tempo, Não há compaixão; Idas e vindas Trazem a doçura Do sorriso de um menino, Inocência que traduz O verso puro Da boca dos anjos O acaso leva a paixões Fascínios, fantasias, Intensas intenções; Delírios de lucidez, Espelho das ilusões Reflete a lágrima Carente de quem partiu Vidas que se movem e m suas mãos, Peças de um jogo: s omos dama, rei, peão…   

Amor e erros...

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 A  linha tênue que separa amar e saber que é preciso reconhecer quando a pessoa amada comete um erro grave e deve responder por isso...   Até que ponto quem ama acredita que deve fechar os olhos e passar a mão na cabeça, pensando que essa atitude vai proteger o ser amado? Será que, de fato, o amor faz com que se perca a real noção do que é certo e do que é errado? Coloco aqui essas perguntas buscando fazer algumas reflexões, pois ao longo da minha vida observei pessoas próximas a mim e, também não tão próximas, que em nome do amor alimentaram e alimentam a esperança de que as falhas e erros graves de quem se ama serão apagadas ou se resolverão como em um passe de mágica. Até que ponto amar pressupõe ocultar ao outro os seus desvios, seus delitos que precisam ser corrigidos, resolvidos e, em muitos casos, até punidos? Seria, então, o amor um sentimento que não permite revelar a quem se ama que está ferindo os outros e, consequentemente, a si mesmo? Seria um sentimento que dá um salv

Cinza (grigio)

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O cinza cobre Céus e seres Olhos se fecham Diante da passividade patética Da incredulidade pacífica Dos fatos que se repetem Mundo gira: loucura, violência, solidão... Corações cansados Almas aprisionadas Clamam por liberdade Tempo passando Sonhos ficando para trás... Pés fincados no mesmo solo Que insiste, diariamente, Em expulsar, excluir, extorquir... Peito aperta, respiração falta Esperança falta, comida falta Amor à vida, falta... Agarrando-se aos fiapos Que restam: força, fé, perseverança... Resistir não é opção, é sobrevivência!

A'uwẽ: utabi ĩtede'wa wi uburé ti'a *

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(Indígena: verdadeiro dono de toda terra)  Vivemos em um país cuja miscigenação é visível e inegável, ainda que muitos não queiram enxergar o óbvio, ou pior, queiram negar e apagar a história e a genética do povo brasileiro. O que, em tempos de Terra plana e todos os tipos obscuros de negação, nos faz crer que estamos dentro de um thriller bizarro que mistura episódios contínuos do “Além da Imaginação”, com o filme “Invasores de Corpos” e assim os absurdos vão se tornando lugares-comuns, coisas corriqueiras...  Dentro dessa amalgama que compõe o “ser brasileiro” (genética, histórica e culturalmente), temos a nossa matriz, o princípio de todos nós, os mais brasileiros dos brasileiros: os indígenas. Que dos tempos da exploração (ops, sorry!) digo, da colonização, foram mortos, escravizados, contaminados com vários tipos de doenças, tratados como seres “inferiores”, suas terras subtraídas e usurpadas. Hoje, desprezados e relegados a espaços cada vez menores, correndo o risco, principalmen

Força e Coragem

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  Podemos dizer que o 8 de março é um dia para se refletir sobre a condição das mulheres e tentar mudar os outros 364 dias e essa mudança começa por nós mesmas. Refletir, construir e sustentar o respeito próprio, para sermos quem quisermos, respeitarmos as nossas vontades, o nosso corpo e aparência, os nossos amores, as nossas opções. Esse respeito começa por cada uma de nós, em primeiro lugar. Não podemos e nem devemos dar aos outros o aval de nos dizer como devemos nos comportar, ou sermos; inclusive a outras mulheres, pois infelizmente, esse é o pior tipo de machismo, o machismo feminino, aquele de mulheres que reduzem a sua condição e a das demais e reafirmam que o lugar da mulher atrás de um grande homem, é cuidando da casa e dos filhos, é calada, sem voz, escondida dentro do lar. É claro que ser dona de casa é uma das muitas escolhas que uma mulher pode fazer, mas não a única. Se realmente queremos ser tratadas de forma diferente, precisamos também ter outra postura, não po

Flores e Ser

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  É engraçado como quando menos esperamos somos surpreendidos. Para mim, uma dessas incríveis surpresas chegou de modo singelo, porém de uma beleza modesta, despida de qualquer pretensão e, ao mesmo tempo, plena de vida e alegria. Certamente, para algumas pessoas o encantamento pode ter outros caminhos, nuances diferentes; e ainda para outras, só a concretude do que é material e possa se medir em valores monetários é o que conta. Num ano em que o perigo, a distância e a dificuldade reinaram, tivemos a oportunidade de reavaliar muitas coisas, prestar atenção em fatos simples, valorizar o tempo, os afetos, o olhar. Eu que sempre gostei do tempo do pensar, do ócio para refletir, observar, criar, tantas vezes fiquei exausta com o excesso, o freio de mão puxado, planos paralisados, a vida em suspenso... Mas ainda assim quando temos o nosso olhar livre e pronto para o simples e o belo, algo que pode parecer pequeno, até mínimo, consegue nos surpreender e nos encher de uma felicidade

Interessa?

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Tem algum tempo que não escrevo; não porque me falte assuntos, mas talvez a indignação que alguns deles me causam fez com que ficassem parados, entalados dentro de mim... Finalmente, algo saiu! Essa é a forma concisa, porém contundente de expelir um pouco dessa indignação. A quem interessa um país em chamas?! Estradas bloqueadas pela fumaça, cargas paradas, ar irrespirável Fauna, flora, aldeias, biodiversidade e vidas destruídas...   A quem interessa um país falido?! Milhares de desempregados, PIB inexistente, moeda desvalorizada Economia em recessão, preços abusivos...   A quem interessa um país de analfabetos funcionais?! Educação se resume a estatísticas nas instituições públicas e dinheiro em caixa nas privadas “Livros são coisas para elite”, o saber não tem valor...   A quem interessa um país desinformado?! Notícias manipuladas, vistas por um único lado Avalanches de fake News e falsas verdades absolutas invadem telas, olhos e mentes...   A quem int