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Verbo versos

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Solto o verbo, Versos...  Calo, paro  Engulo Auto-censura Quero dizer, Digo (?) Calo, paro Engulo Dentes apertados Sem verbalizar,   Não dizer  Ausência de pensar...  Transito entre quereres e não saberes  Indefinições parecem infinitas Perecem o tempo da tranquilidade  Que há muito se afastou Tento inutilmente alcançá-la Mais um dia se foi... Prova que as incertezas  São as coisas mais certas  Solto o verbo  Escrevo Não paro, fluo  Disparo Libero Penso, palavras  Prosa, poesia... Desprende Expresso  Posso!

Ser diferente, para quê?!

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Vivemos um tempo em que a aparência é tudo: como e o que se veste, a marca e modelo do carro, do celular... Os lugares que se frequenta, suas postagens nas redes sociais. Tudo catalogado, contabilizado e formatado. Há um padrão preestabelecido que precisa ser seguido (à risca) para que o estado geral de normalidade e conformidade não seja violado. É preciso se comportar dentro das normas vigentes, estipuladas para cada categoria de indivíduo. Cabe à pessoa encontrar a sua e se enquadrar nas tais normas. Sem direito a mudanças posteriores. Uma vez reconhecido e catalogado, não se abandona seu rótulo. As roupas estão disponíveis para que todos tenham acesso; logo, vistam-se iguais. E, de preferência, com peças beeem justas, do tipo embalagem a vácuo. Cabelos, barbas, acessórios... iguais. Gestos, poses, posturas, posições, PENSAMENTOS... igualmente iguais. Não pense fora da caixa! Pelo amor de Deus! Não saía da caixa!! Consuma o que todos consomem. Diga o que todos dizem s

Dia a dia

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Após sair do coletivo, quase aos tropeços, toma fôlego, ajeita a bolsa e segue seu rumo. Os passos apressados buscam espaços em meio a pés, sacolas, caixas, degraus, mochilas, calçadas, gentes... Olhos à frente, ao redor, no relógio. Centenas e centenas de pessoas por todos os lados: apressadas, atrasadas, lentas, ligadas, distraídas... Desvia de mais um zumbi, com os olhos fixos na tela e andar robotizado. Eles parecem se multiplicar como em um filme de terror! Insistem em estar por todas as partes, travando os caminhos que seguem sem se dar conta; o corpo se move, autômato, e os leva instintivamente a todas os lugares. Suas almas já foram sugadas pelos dispositivos; não há mais o que fazer... À essa altura alcança o corredor infinito de ambulantes  que disputam cada centímetro de caçada com os pedestres. Desvia daqui, virá pra acolá... Quase chegando ao seu destino, ainda precisa alcançar uma escada, passar pelas cancelas que dão acesso à entrada, percorrer o imenso hall e p

Amigos: na alegria e na tristeza...

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Para Edú Dias ( in memoriam ) Quando tive a ideia de escrever sobre essa crônica não havia me dado conta de que esse mês se comemora o Dia do amigo, 20 de julho. Na verdade, uma amiga mais que querida (presente em minha vida, apesar de um oceano de distância) havia me soprado o tema há algum tempo, mas só agora me veio o que dizer. Poderia tecer frases meigas e dóceis, falar só de coisas maravilhosas, saltear de corações e unicórnios esse texto sobre algo que considero lindo e raro: a amizade verdadeira. Contudo, para quem já está nos "enta", viu bastante coisa e passou por alguns bocados, prefiro expor a minha real percepção e experiência do que já vi e vivi. Costuma-se dizer que o verdadeiro amigo é aquele que está ao seu lado nos momentos de sucesso, pois consegue te ver bem e ficar feliz por suas conquistas. Em parte, concordo com essa afirmação, porém, – na minha modesta opinião – essa crença pode ser enganosa. Vajamos... É muito fácil e cômodo estar ao lado

Sonhos não envelhecem, mas temos que alimentá-los

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 Há alguns dias, uma amiga – profissional muito competente que está buscando recolocação no mercado, depois de um drástico corte na empresa onde atuava – me contou algo que lhe aconteceu e que me fez refletir sobre questões ligadas ao trabalho, tempo livre e nossos projetos e sonhos; o que me levou a escrever esse texto. Minha amiga leu a respeito de um parque temático, exclusivo para amantes de vinhos, que acaba de ser inaugurado na França. Como boa amante de vinhos, adorou a ideia (e confesso que eu também!), mais do que depressa compartilhou a notícia via WhatsApp com Cida, uma amiga apreciadora da bebida, com quem muitas vezes reúne as famílias para belos almoços regados a vinho. Entretanto, para a surpresa e decepção de minha amiga, Cida lhe respondeu que só nos sonhos poderia ir a Bordeaux visitar esse parque… Tentando não perder a graça, minha amiga ainda retrucou, dizendo “oui, oiu! Vamos, sim!”. E para derrubar de vez toda a empolgação, Cida responde a seguinte pérola

Brilhe!

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Dia desses, vendo a foto antiga de um conhecido e, depois comparando com uma atual, me deparei com algo que não havia me dado conta: nossa luz interior. Sim, aquele brilho que temos que vem de dentro para fora e que nos ilumina, como também tudo e todos ao nosso redor. Claro que alguém pode me dizer que entre uma foto e outra havia se passado quase vinte anos... Verdade, mas não me refiro às mudanças físicas que o tempo impõe a todos, a uns mais, a outros menos. Alguns perdem cabelos e ganham quilos; outros, começam a ter no rosto as marcas dos anos; os cabelos branqueando, as mulheres recorrendo com mais constância às tintas; o cansaço se torna mais frequente... Enfim, não se trata da passagem do tempo (que para alguns têm sido, muito, muito generoso!), tem a ver com o que cada um guarda em sua alma, no seu íntimo.  Aonde foi parar aquele brilho? Em que momento da vida de alguns de nós essa luz se perdeu? O que aconteceu para que ela se ofuscasse, ou pior, será que se apagou de

Como é?!

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Nascida no início dos anos 1970, minha infância foi povoada por heroínas fascinantes; mulheres fortes, decididas, inteligentes, lindas e independentes. Cito aqui algumas delas, começando pela minha favorita: a Mulher Maravilha – adorava imitá-la com seu avião transparente, os braceletes e o laço da verdade – era  mesmo poderosa! Outra querida, Betty Boop, que aliás, era a minha amiga imaginária e, acredite, morava no rodapé do banheiro lá de casa. Havia tabém as lindas e sagazes Panteras e a Princesa Safiri, com direito a capa e espada, que se passava por menino para defender o seu trono. Na adolescência, na segunda metade dos 1980, as mulheres eram donas do seu nariz, da sua vida e do seu corpo. Os exemplos eram os mais diversos: a repórter Zelda Scott, de Armação Ilimitada – que vivia numa boa com os dois surfistas, Lula e Juba – e adotaram o "menino de praia", Bacana; A personagem Alex, de Flash Dance, dançarina de uma boate à noite e soldadora em uma metalúrgic

Tranquilo, favorável??!!

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Vivemos um tempo complicado. Nada é o que parece... E é aí que mora o perigo! Seria extremamente simplista dizer que a situação atual do país se resume a escolher entre dois lados; aliás com nomes de comidinhas que eu adoro. Ai, que pena!... Acho graça em plenos anos 10 do século 21 as pessoas insistirem em falar de esquerda ou direita. Ou pior, em comunismo!! Volto a dizer, nada é tão simples. Quando que o governo atual foi de esquerda ou comunista?! Só se o comunismo foi entre eles, fatiando propinas e privilégios para seus "parceiros". Mas convenhamos, se analisarmos dessa forma, muitos outros partidos são igualmente comunistas, pois na operação Lava-jato (não nos esqueçamos!) temos políticos envolvidos do PP  (o maior número de citados), do PT, claro, do PMDB, PSDB... E assim também foi no mensalão. A corrupção reside em todos os partidos, como mostra a lista do "departamento de propinas" da Odebrecht, com seus codinomes engraçadinhos, repletos

Alegrias Artificiais

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Postou mais umas fotos em sua página; era a felicidade em pessoa! Estava no seu oitavo bloco e prometia sair em outros mais até a terça-feira... Para quem não a conhece pessoalmente, ou não a vê há algum tempo, juraria que não lhe falta agitação alegria e  disposição para brincar o Carnaval. Aliás, quem vê sua rede social, acredita que é uma das pessoas mais de bem com a vida e animada, com uma agenda lotada de eventos super mega legais. Mas além da sua linha do tempo, por trás de suas postagens, está a sua verdadeira essência: decepção amorosa, graças a um relacionamento terminado pouco antes do Carnaval (no qual adorava, mas não era adorada), uma carência desmedida por atenção, admiração e carinho e uma profunda e triste solidão... Eu conheço essa pessoa de perto e bem sei que sua rede social é a antítese da sua vida. Esse exemplo, infelizmente, não é exceção. Cada vez mais e mais indivíduos usam as redes sociais como um simulacro de uma vida emocionante, bem sucedida

Para o meu olhar

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Meus olhos não devem se ater àquilo que nada posso fazer Não se trata de indiferença, mas sim de autopreservação A alma queima, coisas das quais sou impotente... Preciso deixar passar; liberar  Crer que tudo é e está como deve ser  Voltar meus olhos para mim  Transformar meu interior  Buscar forças onde tudo parece desabar... Sentir a alma livre das amarras, das injustiças, das incertezas Meus olhos devem repousar no que faz meu ser sorrir, coisas simples e maravilhosas: O voo de um pássaro As cores e formas das flores  A bondade de um gesto singelo  A imensa alegria de ter um sonho realizado  Superar decepções e dificuldades  Acreditar na grande força interior que me move e me mantém Envergo, mas não quebro! Paro, respiro, me recupero... Sigo na certeza de em breve a vitória encontrar

Novo Ano

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Quando o ano acabar  E tudo recomeçar  Serei novo, de novo! Vale a pena sonhar! (?)  Bailar ao som de fogos  Zigue-zaguear as ondas  Levantar o brinde da esperança  Abraçar os entes queridos  Desejar o melhor  Soltar um grito, um riso, uma dor.. Vale a pena sonhar! (?)  Despertar no dia seguinte  Primeiro dia, novo ano Mesma vida: prosseguir... Vale, sim, a pena sonhar!